quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Mudando as regras

Veiculou na Folha de São Paulo uma matéria sobre mudanças nas regras da nossa ortografia. Fim do trema, retirada de acentos diferenciais e mais uma pá de coisas. (http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u321373.shtml)

Mesmo não sendo um purista, essas mudanças na língua sempre me preocupam. A língua é um patrimônio que não pode ser perdido. Ao meu ver, seria mais cabível uma campanha de valorização da língua, preparar os professores para melhor ensinar, estimular os alunos a buscar o correto. Ceder à dificuldade é aceitar a falência do ensino e não querer melhorar.

A língua evolui, é fato. Mas será correto assimilar o fácil? Enquanto o Brasil facilita as regras, alguns países proíbem o estrangeirismo e a veiculação de palavras escritas de forma errada pela imprensa.

Imaginem o que será do cágado se lhe retirarem, também o acento!!!! (risos)

Buscando a facilidade no lugar da educação, chegará o dia em que se escreverá "duas de trinta" por não se saber mais como é "sessenta".

sábado, 18 de agosto de 2007

Considerações sobre o "ainda"

Algumas palavras encerram em seu conteúdo algo escondido, algo que precisa de entrelinhas para ser decifrado. Um conteúdo mascarado. É o caso do AINDA.

AINDA é algo que, por enquanto é, mas vai deixar de ser. É um momento de transição, a preparação para a mudança, o anúncio do fim.

O fato de alguém que eu AINDA sou jovem é uma forma de dizer que eu quase já não sou. É o prenúncio da decrepitude. Não se diz ao um menino de 14 anos que ele AINDA é jovem. Ele é.

Falando sobre isso com uma amiga, ela me contou que um namoro dela teve o fim durante o ainda. Tudo por conta de um "eu ainda de te amo". Resistia a tentativa do sentimento, que já se anunciava desgastado.

AINDA é o momento onde já se fez ou teve mais e agora caminha-se para o exaurimento. O AINDA é inevitável, já que tudo passa... (ainda bem!)

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Lísias e Benedetti

Há algum tempo fiz duas constatações, uma em decorrência da outra. A primeira é que eu não leio mais tanto quanto lia minha juventude. A segunda, em decorrência da primeira é a de que (céus!!!!) eu não sou mais jovem.

Artrites e reumatismos à parte, resolvi voltar às minhas leituras e desempoeirei alguns livros que descansam há tempos na estante. Dois me chamaram a atenção a ponto de relatar aqui.

O primeiro é de um autor que conheci em São Paulo, em uma FLAP (para saber mais sobre a FLAP, pergunte pra Ana Rüshe http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=851804919363347883 ou no www.AnaR.com.br), chamado Ricardo Lísias. Naquele evento houve uma análise de uma novela dele chamado "o capuz". Muito interessante. O que li recentemente foi o "duas praças". Uma linguagem interessante, um formato instigante. Vale a leitura.

Ando lendo, agora, muuuuito lentamente, saboreando cada linha de um autor uruguaio chamado Mario Benedetti em seu "a trégua". No auge da minha ignorância eu o desconhecia por completo. O livro está escrito na forma de diário, contanto a história de Martin Santomé, um homem que beira os 50 anos, às vésperas de se aposentar, com uma vida pouco interessante, dono de uma personalidade irônica, beirando o cinismo e demostrando um imenso desencanto com o mundo.

A forma de diário permite que se ingresse profundamente no mundo do personagem, em seus sentimentos mais íntimos, em suas desconfianças, suas (des)esperanças e seu reencontro com o amor (?!) por meio de uma jovem que lhe tem menos da metade da idade. Uma análise interessantíssima da alma humana. Vale muito à pena.

Prometi sempre ser breve nos textos e me excedi. Acabei me empolgando! Nas próximas, serei menos prolixo.

sábado, 4 de agosto de 2007

Pequenos gênios

Parece que de tempos em tempos a gente recebe neste mundo alguns gênios. Pessoas que se destacam e que fazem tarefas complicadas parecerem brincadeiras de criança.

Pois bem, recebi, via e-mail, um video de uma menininha que não parece ter mais que 5 anos (se tudo isso) tocando "tico-tico no fubá". Já vi muita "gente grande" apanhando dessa música, haja vista a rapidez das notas. No entanto, a chinesinha se dá ao luxo de brincar e dançar enquanto toca.

O YouTube tem o video, neste endereço: http://br.youtube.com/watch?v=jK3mZUucQ9M

Na semana que se encerra hoje, tivemos em minha cidade a IV Semana da Música, com a participação de músicos de grande qualidade e competência. Dentre eles, Celso Pixinga, tido como um dos maiores baixistas do mundo. São gênios (mesmo que não sejam mais "pequenos") que se destacam e que nos enchem os olhos e os ouvidos com suas interpretações magníficas.

Quantos pelo nosso imenso Brasil existem assim, nem dá pra saber. Mentes geniais na música, na matemática, nas ciências... Não existe uma política que aproveite as potencialidades desses gênios.

Bem, sejamos justos: no futebol eles são aproveitados. Olheiros dos times enxergam, nos pequenos gênios, grandes fortunas. Os demais, ficam à mercê da própria sorte ou da estrutura familiar.