Tão Perto do Céu
Alguém inventou uma brincadeira
muito agradável em uma rede social. Consiste em listar 10 livros que, por algum
motivo, marcaram sua vida. Resolvi participar! O primeríssimo livro que me veio
à mente foi “Tão Perto do Céu”, da Teresa Noronha. Li quando tinha, sei lá, uns
10 anos. Conta a história de Davi, um menino órfão que, ainda bebê, foi adotado
pelo casal Octávio e Mariana. O casal tinha filhos que cresceram e, ainda se
sentindo jovens, conheceram o menininho no orfanato (levados pelo Doutor
Soares), encantaram-se com ele e o levaram pra casa. O livro é escrito pelos
personagens. Cada um dos capítulos é narrado por algum deles. Até duas gêmeas,
que sequer falar sabem, tem sua narrativa garantida na história.
A leitura é deliciosa e fala de
companheirismo, amizade, amor, honestidade, tudo em meio às aventuras do Davi,
que tinha mais ou menos a minha idade quando li. Houve uma certa cumplicidade
entre mim e o personagem e, nossa, devo ter lido Tão Perto do Céu umas tantas
vezes que quase se gastaram as letras!
Dali, tive o comichão pela
leitura. Caramba, aprendi que eu poderia viver outras vidas, participar de
aventuras, conhecer outros lugares, entrar na mente das pessoas, conversar com
páginas, me emocionar, me irritar e rir à vontade em um universo de tinta e
papel. Os livros deixaram de ser a obrigação da tarefa, da sala de aula.
Passaram a ser amigos, confidentes. Passaram a dividir comigo as angústias e
alegrias deles. Eu passei a enxergar neles muitas das minhas angústias e
alegrias.
Quase 30 anos e milhares de
páginas depois, a leitura ainda é minha companheira e companhia. Obrigado, Dona
Teresa, por ter me ensinado a ver o mundo pintado com as cores das letras.
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