terça-feira, 28 de agosto de 2012

Quid est Veritas?

Conta a Bíblia que a frase emprestada como título deste post foi dita por Pôncio Pilatos, questionando Jesus sobre “o que é a verdade”. Ao que consta do texto original, o romano não aguardou pela resposta e foi embora.

A impaciência de Pilatos deixou o povo ocidental sem uma resposta do bíblico filho do Deus judeu acerca desse conceito. Então, o que é a verdade? Aliás, existe a verdade?

O conceito é tão aberto e confuso quanto “direito”, “amor”, “felicidade”. Em termos científicos, verdade talvez possa ser definido com um experimento testado e aprovado. Algo devidamente confirmado. A ciência e todos os ramos do conhecimento já tiveram “verdades” que deixaram de ser.

Talvez as verdades sejam todas provisórias. Tudo é verdadeiro até que seja provado o contrário. As coisas, assim, serão tão verdadeiras quanto se creiam nelas. Verdades da infância são verdades absolutas. Quanto menos se conhece, quanto menos se questiona, mais verdadeiras são as coisas.

Talvez seja a verdade um estado mental, individual e intransferível. Emprestável, talvez, quando se compartilha uma verdade, mas que é absorvida e interpretada de um modo sempre um pouco diverso daquele originário.

Imagino que Pilatos deu as costas antes da resposta de Jesus para que não se decepcionasse. Verdade não é um conceito universal, é uma experiência individual e provisória, que às vezes vem nua e crua. E também é um tanto indigesta, quando nos empurram goela a baixo verdades estrangeiras, tão fantásticas e míticas quanto a religião dos outros.

2 Comentários:

Blogger Fernanda Pereira disse...

Quanto tempo sem passar por aqui.. E que texto tão... Verdadeiro!
Afinal, o que é a verdade? Talvez aquilo em que acreditamos.. Até aquilo tudo se transformar, se subverter em algo diferente, oposto...
Voltei com meu blog essa semana, uma vontade irrefreável de escrever!
Beijos!

2 de setembro de 2012 às 09:19  
Anonymous Anônimo disse...

Adorei o texto, sempre pensei em como a verdade pode ser diferente para cada um. Acredito que é verdade o que sentimos e nossos atos falam por si só. Se as outras pessoas gostam ou não, não se pode fazer nada quanto a isso. Mas ter consciência de que somos verdadeiros é uma sensação boa.

13 de dezembro de 2012 às 08:07  

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