sábado, 1 de fevereiro de 2014

Tão Perto do Céu

Alguém inventou uma brincadeira muito agradável em uma rede social. Consiste em listar 10 livros que, por algum motivo, marcaram sua vida. Resolvi participar! O primeríssimo livro que me veio à mente foi “Tão Perto do Céu”, da Teresa Noronha. Li quando tinha, sei lá, uns 10 anos. Conta a história de Davi, um menino órfão que, ainda bebê, foi adotado pelo casal Octávio e Mariana. O casal tinha filhos que cresceram e, ainda se sentindo jovens, conheceram o menininho no orfanato (levados pelo Doutor Soares), encantaram-se com ele e o levaram pra casa. O livro é escrito pelos personagens. Cada um dos capítulos é narrado por algum deles. Até duas gêmeas, que sequer falar sabem, tem sua narrativa garantida na história.

A leitura é deliciosa e fala de companheirismo, amizade, amor, honestidade, tudo em meio às aventuras do Davi, que tinha mais ou menos a minha idade quando li. Houve uma certa cumplicidade entre mim e o personagem e, nossa, devo ter lido Tão Perto do Céu umas tantas vezes que quase se gastaram as letras!

Dali, tive o comichão pela leitura. Caramba, aprendi que eu poderia viver outras vidas, participar de aventuras, conhecer outros lugares, entrar na mente das pessoas, conversar com páginas, me emocionar, me irritar e rir à vontade em um universo de tinta e papel. Os livros deixaram de ser a obrigação da tarefa, da sala de aula. Passaram a ser amigos, confidentes. Passaram a dividir comigo as angústias e alegrias deles. Eu passei a enxergar neles muitas das minhas angústias e alegrias.


Quase 30 anos e milhares de páginas depois, a leitura ainda é minha companheira e companhia. Obrigado, Dona Teresa, por ter me ensinado a ver o mundo pintado com as cores das letras.