sábado, 23 de maio de 2009

A vida como um rio

Tudo flui e a vida flui, como um rio. As coisas vão passando inevitavelmente, o tempo não pode ser contido, a vida não pode ser contida e o rio também não. De outra forma deixa de ser rio, deixa de ser vida, deixa de ser tempo.

De forma incontida, as águas do rio brotam da nascente e vão buscando um caminho sem se preocupar onde quer chegar. Apenas vai escorrendo, procurando o melhor caminho, evitando as dificuldades e os obstáculos. Quando os encontra, desvia. Quando desvia, transpõe.

A regra é apenas que não pare. Caso pare, deixará de ser o que sua natureza determina: RIO.

Fosse lago, seria uma romântica e eterna contemplação. Seria o fim em si mesmo. Mas não é.

Mais duradouro que a chuva, que só passa, e menos permanente que o lago, que sempre fica, o rio – que nunca é o mesmo se olhado duas vezes – necessita de uma complementação para sua existência. O caminho que suas águas buscam são o que há de mais poético em sua passagem, da fonte à foz.

Guiando o rio, o caminho lhe acolhe em suas margens, como se braços fossem e o guia, pelo leito, até o destino final.

Tão belo quanto as águas – ora plácidas ora turbulentas –, tão belo quanto a música do rio, é o caminho que ele segue. As margens o deixam mais estreito, mais largo. As águas se moldam pelo destino que lhe confere o caminho, a passagem.

Feliz do rio que tem belas margens. São elas que lhe dão graça e vida, que lhe permite fluir.

O resto são águas passadas.

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Tenho admiração pelas pessoas que conseguem observar o fluir do rio da vida para agir no dia a dia de forma sábia. Ou como diria muitos (é uma fala que uso muito): "ter presença de espírito".

Mas atenção: observar e conhecer o fluxo do rio não quer dizer que você conhece o rio! Ele muda, é orgânico, é vivo, é incontrolável. Ele canta, chora, ri. Mas sua natureza não muda muito: transpõe, abastece, resplandece e encanta.

Margens, caminho, leito, fonte e destino, curvas, profundidade, correntezas, calmaria, claro, escuro, vivo, lindo...

Te gosto como és.

24 de maio de 2009 às 15:57  
Anonymous AMM disse...

Que belos ensinamentos aprendemos quando visualizamos a trajetória dos rios até atingirem os seus objetivos. Não se isolam, não se rendem, não se entimidam quando encontram grandes desafios ao longo de seus caminhos. Seguem em frente, transformando os obstáculos, que pareciam quase intransponíveis, em magestosos espetáculos aos olhos da natureza... que assiste, aplaude e reverencia a mais esta lição de vida

Parabens!!!
sir xistussss
vc como sempre fantastico (risos)

25 de maio de 2009 às 12:17  
Blogger GABRIELA ALESSANDRA CORREA FONTES disse...

Voltei pra ler esse post que acho tão poético, tão explicidamente oculto.

10 de novembro de 2009 às 11:54  

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