Há algo de vinho na poesia
No post anterior eu disse que há algo de poesia no vinho. Agora eu quero inverter: há algo de vinho na poesia.
O lugar comum, o estereótipo, levam a associar o poeta a alguém boêmio, ébrio de vinho, com suas emoções à for da pele, sempre choroso de amor. Mesmo que este estereótipo esteja distante da poesia de hoje (no quesito choroso, ao menos!!! - risos), a imagem é inevitável.
E esta associação não é de graça, foi cultivada ao longo dos anos. A geração romântica, sobretudo a segunda geração romântica, com Lord Byron e companhia, foram responsáveis pela consagração desse modelo de poesia, sendo tão forte o movimento que até hoje acha-se que poesia é despejar sentimentos (amorosos, principalmente) em uma folha de papel.
E o álcool quase sempre faz dupla com a tristeza. E o vinho tem algo de especial para isso. Vinho e poesia... Poesia e vinho... É isso, algo de vinho na poesia!
Há algo de um no outro.
Só pra ilustrar, vou transcrever uma poesia que ilustra isso tudo com maestria.
(e, que fique claro, não é nenhum recado meu pra ninguém... tá?)
O beijo e o vinho
(Luiz Edmundo)
Tu te lembras, estouvada,
quando, sem modos, sem pejo,
enchendo a boca de vinho,
passaste, de vagarinho,
à minha boca, num beijo?
Achei a idéia engraçada
E original o manejo:
A tua boca encarnada,
A me beijar, de mansinho,
sorrindo pelo meu beijo,
toda manchada de vinho...
Desde esse dia eu não vejo,
para minh'alma embriagada,
outra boca em meu caminho.
A causa, entretanto, estouvada,
dessa embriaguez de desejo,
mais doce que o teu carinho,
não pude ter decifrada:
- Não sei se foi o teu beijo...
- Não sei se foi o teu vinho...
O lugar comum, o estereótipo, levam a associar o poeta a alguém boêmio, ébrio de vinho, com suas emoções à for da pele, sempre choroso de amor. Mesmo que este estereótipo esteja distante da poesia de hoje (no quesito choroso, ao menos!!! - risos), a imagem é inevitável.
E esta associação não é de graça, foi cultivada ao longo dos anos. A geração romântica, sobretudo a segunda geração romântica, com Lord Byron e companhia, foram responsáveis pela consagração desse modelo de poesia, sendo tão forte o movimento que até hoje acha-se que poesia é despejar sentimentos (amorosos, principalmente) em uma folha de papel.
E o álcool quase sempre faz dupla com a tristeza. E o vinho tem algo de especial para isso. Vinho e poesia... Poesia e vinho... É isso, algo de vinho na poesia!
Há algo de um no outro.
Só pra ilustrar, vou transcrever uma poesia que ilustra isso tudo com maestria.
(e, que fique claro, não é nenhum recado meu pra ninguém... tá?)
O beijo e o vinho
(Luiz Edmundo)
Tu te lembras, estouvada,
quando, sem modos, sem pejo,
enchendo a boca de vinho,
passaste, de vagarinho,
à minha boca, num beijo?
Achei a idéia engraçada
E original o manejo:
A tua boca encarnada,
A me beijar, de mansinho,
sorrindo pelo meu beijo,
toda manchada de vinho...
Desde esse dia eu não vejo,
para minh'alma embriagada,
outra boca em meu caminho.
A causa, entretanto, estouvada,
dessa embriaguez de desejo,
mais doce que o teu carinho,
não pude ter decifrada:
- Não sei se foi o teu beijo...
- Não sei se foi o teu vinho...
3 Comentários:
Pergunta se eu não "roubei" o poema pros meus guardados??? rs
Abraço!
Poema lindo ... tem um quê de nostálgico, de poema português ... Quisera poder apreciar o vinho dessa forma, mas drogada, não dá!~
Teus textos estão ficando ótimos ...
Felicidade é saber que tem novidade no blog!
Beijoca,
Fernanda
Essa sua poesia me fez lembrar de uma que não me lembro do autor mais que gosto muito sendo assim tomo a liberdade de escreve-la (risos)
BEIJOS DE VINHO
Escorres pelos lábios, tão doce!
E em tão lábios encarnados,
Esvai-se como se tanto o fosse,
O beijo mais apaixonado!
Em deleite, escorres pelos seios!
E na ternura de enlevadas taças,
Muito emborcas com anseios,
Por sobre a pele que perpassas!
Vais fundo aos seios em carícias!
Frio!...Gelado!...Ardente frenesi!
Afagas as aréolas com malícias!
Nos aromas aspergidos de per si...
Que sabores em lábios tingidos!
Tão vermelhos!...Tintos marfins!
Aromas intensos!...Tão vívidos!
Em taças imersas em carmins...
Provar nos lábios todo o querer!
O hausto do desejo encorpado!
A leveza de todo o prazer,
Que se eleva do sabor delicado!
Vão-se os seios, tão cheios!
Embebidos em rosas tão claros!
São deleites!...E anseios!
Que me são, na vida, tão raros...
P.s. só quem já provou um vinho sabe do gosto apaixonado que ele deixa nos lábios...( risos)
Sir Xustusss
sem comentários vc é magnifico sempre (risos)
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