quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Impressões de Paris – parte 02: Paris é a Babel

Sabe o mito bíblico da famosa torre que almejava chegar ao céu e que industrioso patriarca celeste, com sua jocosidade literária, resolveu melar os planos fazendo com que os construtores se desentendessem, mudando as línguas que falavam? Pois é, o melhor retrato dessa piada é a cidade de Paris. A cada vinte metros você pode ouvir uns cinco ou dez idiomas diferentes.

Não é exagero. A cidade mais visitada do mundo fala o idioma pátrio e exige respeito quando se fala a língua deles. A permissividade brasileira, que se esforça para entender e traduzir qualquer tentativa arranhada dos turistas de falar português, não encontra reflexo no dia-a-dia parisiense. Não que haja má-educação ou mau-humor, como é geralmente alardeado.

Se você tenta emendar um francês macarrônico, sem a acentuação devida e com uma palavra lembrando outra, o interlocutor ou diz que não está te entendendo ou te responde em inglês. Muito justo. Assim a língua se mantém. Eu mesmo quis comprar um “carte orange”, em uma tentativa ridícula de francês e a balconista me olhou com uma cara de “eu, heim!” e perguntou: “o senhor é brasileiro?”.

Mas não é essa nossa temática. O fato é que a cidade mais visitada do mundo traz consigo as línguas de cada um dos visitantes. Europeus, asiáticos, africanos, americanos. Uma invasão multicultural (muitas vezes pouco educada) por toda a cidade, fotografando, admirando bestificada a cidade.


(foto do Louvre, que nem entrou nessa história, no salão onde fica a Monalisa)

A Torre é um dos locais onde isso é mais evidente. As filas sempre enormes, com pessoas de todos os locais do mundo, cada um falando seu idioma. Até francês se ouve por lá (mas é pouco!).

E a cidade vê as pessoas passarem, indo de monumento em monumento, em uma mistura de idiomas, etnias, sorrisos. Cada um falando uma língua, mas todos se entendendo na alegria de estar naquela cidade bege.

Enquanto isso, os franceses continuam vivendo seu cotidiano, falando em francês e se incomodando com o excesso de turistas, que superlotam a cidade.

Paris é linda.

2 Comentários:

Anonymous Desirée disse...

Olá, tudo bem!
Realmente Paris é a Babel!
Coincidentemente, li ontem na coluna de Ignácio de Loyola Brandão(O Estado de S. Paulo), seu artigo "Sabendo francês podemos ser mais felizes", é um passeio ao passado do autor, onde ele divide com o leitor momentos do seu aprendizado onde estudava francês no colégio, com Mademoiselle Fanny, e suas tentativas de colocar em prática as lições e se comunicar em francês nas suas viagens a cidade da luz.
O texto é rico e faz uma analogia as línguas ensinadas atualmente nas escolas, com a sugestão do retorno do ensino do idioma francês. Vale a pena ser lido. Como ele mesmo diz "O parisiense muda quando se dirige a ele na sua língua. ainda que precariamente, como eu."

5 de novembro de 2011 às 17:19  
Anonymous Anônimo disse...

Hospedou no Paris Hilton xomano? Ja chegaram os vinhos? Bicho, to estraeando o Teatro Caseiro com um show do REM at Greece. A careca do Stripe ta igual a sua. Marcar de tomar umas canalea! (PEICHE)

18 de novembro de 2011 às 18:38  

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